É engraçado - mas não estou rindo - como a gente automaticamente julga e idealiza as pessoas, principalmente as recém-conhecidas. Não vejo o ato de julgar como algo negativo, desde que estejamos abertos a reconhecer que fizemos um julgamento errôneo e que constantemente atualizemos nosso banco de características das pessoas. Essa estória do banco de características é bastante interessante e vou explorar nos próximos parágrafos. O que é negativo é atribuir ao julgamento um valor pejorativo ou arrogante, nivelando as pessoas por baixo e estancando-as num rótulo inerte e imutável. É igualmente perigoso valorizar alguém por demais, visto que somos todos seres humanos cheios de defeitos, falhas e pecados capitais e interioranos. Hahahá!
Para cada pessoa que conhecemos, dentro da gente criamos um banco de características, que vamos preenchendo conforme convivemos com ela. Vejo esse banco como uma planilha do Excel, com colunas de características mais fixas e outras mais voláteis. O problema é que muitas vezes não identificamos direitinho quando uma característica é passageira, e preenchemos uma lacuna da coluna das características permanentes. Por exemplo, uma pessoa pode estar num dia (ou numa fase) mais mal-humorada, e podemos equivocadamente achar que ela é mal-humorada sempre. Para o bem ou para o mal - super-valorizando ou subestimando alguém -, não atentamos ao fato de que preenchemos automaticamente as lacunas em branco de acordo com nossa empatia ao ser julgado.
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